sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Fundação Gates investe na Monsanto


Antes não era propriamente um segredo, mas agora é oficial. A Fundação Gates acabou de comprar um enorme stock de 500 mil acções da Monsanto.

Não há nada de errado com a compra de acções. Mas este é mais um passo duma longa linha de acções da Fundação Gates, na qual defende as políticas e tecnologias agrícolas que beneficirão diretamente o lucro da Monsanto e espremem as pessoas mais vulneráveis da terra: os agricultores que tentam subsistir à fome nos países subdesenvolvidos.

Eis o que acontece quando a agricultura industrial americano colide com os pobres, agricultores de subsistência sem instrução no mundo em desenvolvimento. É trágico, e chega a ser criminal, que uma empresa se aproveiea duma população vulnerável para o seu próprio ganho, tendo como resultado a fome, o empobrecimento contínuo, ou a perda da terra e dum estilo de vida de pobre.


Talvez Gates ache que está a fazer algo de bom para o mundo com sua defesa da biotecnologia e da agricultura industrial. Sem dúvida que todos os executivos da Monsanto e outras empresas de biotecnologia e química assim o dirão. Em vez disso ele deveria ouvir os 400 cientistas que durante três anos realizaram um dos estudos mais completo de agronomia, ciência e tecnologia da história do mundo, o relatório do IAASTD. O relatório reforçou o potencial e a necessidade de a agricultura convencional ser substituida pela agricultura ecológica, aquela a que muitos de nós chamamos biológica.


Noticia no hunfington post

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Workshop: Faça Agricultura Biológica no seu Quintal! (Braga)

O Núcleo da Quercus de Braga vai realizar uma acção de formação sobre Agricultura Biológica dirigida à manutenção de quintais particulares, a ter lugar na Quinta Pedagógica de Real, Braga. Esta decorrerá ao longo de seis sessões, nos seguintes sábados: 18 e 25/Setembro, 6, 13 e 27/Novembro e 11/Dezembro, das 14h30 às 17h30.
"A Agricultura Biológica é um modo de produção amigo do ambiente e da saúde do consumidor. Contudo, para obter produtos de boa qualidade é necessário conhecer um conjunto de técnicas que permitem melhorar o solo, controlar as pragas e as doenças e promover a sustentabilidade, sem recorrer ao uso de produtos químicos de síntese", explicam os organizadores.

Temáticas:
 1. A Agricultura Biológica
2. A importância das hortas na cidade

3. A nossa Horta
4. A Compostagem
5. Elaboração de uma pilha de compostagem
6. Preparação do solo
7. Sementeiras e plantações
8. Meios de luta contra pragas e doenças
9.Meios de luta contra infestantes 
10. Colheita e armazenamento

As inscrições deverão ser feitas até ao dia 8 de Setembro de 2010.

Limite máximo de 10 formandos.

Preços:

- Sócios: 48€

- Não Sócios: 60€

Contactos:

Telef: 253.276.412 (só às quintas à partir das 21h00)

Telem: 92.798.61.33

Email: braga@quercus.pt

Mais informações aqui!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Portugal diz não ao arroz transgénico 2

Foi publicada hoje no Diário da República uma resolução da Assembleia da República que recomenda ao Governo que rejeite a comercialização de arroz transgénico LLRice62.

Depois do Ministro da Agricultura, António Serrano ter dito não ao arroz OGM, é agora a vez da Assembleia da República, pela voz do seu presidente Jaime Gama.
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:
1 — Manifeste claramente junto das instituições europeias a sua posição de rejeição da comercialização
do arroz transgénico LLRice62;
2 — Accione a cláusula de salvaguarda e não permita a importação e comercialização deste arroz transgénico em território nacional, caso a União Europeia tome a decisão de a autorizar no espaço europeu;
3 — Apoie a produção de arroz convencional no País e promova o seu consumo, contribuindo para reduzir o défice da balança comercial dos produtos agrícolas.

Opinião sobre os OGM – ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS

A dúvida sobre os efeitos prejudiciais dos OGM`s assalta parte do nosso espaço mental, constituindo uma das nossas maiores preocupações, uma vez que já ecoam no nosso sector da alimentação. Atravessaram discretamente as fronteiras, em silêncio invadiram os nossos campos, entraram “despercebidamente” no nosso mercado e instalaram-se, directa ou indirectamente, na mesa dos Portugueses.

Tudo isto acontece numa altura em que o conhecimento sobre OGM´s é ainda escasso para garantir a segurança do consumo humano.
Ao fim de 12 anos de alguma prudência em torno dos OGM,s – Organismos Geneticamente Modificados, período durante o qual a União Europeia não autorizou o cultivo de novos OGM’s, Durão Barroso reabriu o debate quando autorizou o cultivo na União Europeia da batata transgénica, Amflora, produzida pela BASF (empresa química alemã e uma das maiores empresas do Mundo).

Como todos sabem, os OGM,s são plantas ou outros organismos, cujo perfil genético foi transformado em laboratório.

Os novos genes podem derivar de espécies diferentes e são “agrafados” à cadeia genética original. O objectivo é conseguir “variedades” com propriedades especiais.

Este processo consiste em retirar genes “anticongelamento” de peixes e colocá-los em tomates ou morangos, para lhes aumentar a resistência à geada.

Apenas por curiosidade:
Sabia que grande parte dos morangos que aparecem no Inverno podem ter genes de peixe do Árctico?

A dúvida sobre os efeitos prejudiciais dos OGM`s assalta parte do nosso espaço mental, constituindo uma das nossas maiores preocupações, uma vez que já ecoam no nosso sector da alimentação. Atravessaram discretamente as fronteiras, em silêncio invadiram os nossos campos, entraram “despercebidamente” no nosso mercado e instalaram-se, directa ou indirectamente, na mesa dos Portugueses.

Tudo isto acontece numa altura em que o conhecimento sobre OGM´s é ainda escasso para garantir a segurança do consumo humano.

Tudo isto acontece, apesar das dúvidas sobre os riscos e dos alertas que têm vindo a ser feitos, relativamente às eventuais consequências dos cultivos transgénicos para a saúde humana, como sejam, por exemplo:
 O aparecimento de alergias;
 O aumento da resistência a antibióticos;
 O aparecimento de novos vírus, mediante a recombinação de vírus com outros já existentes no meio ambiente.

Tudo isto acontece mesmo com a ameaça que os OGM’s representam para o ambiente ao nível:
 da destruição da biodiversidade - atendendo à facilidade com que contagiam as variedades naturais, e na eliminação de insectos e microorganismos necessários ao equilíbrio ecológico;
 do aumento da contaminação dos solos e lençóis freáticos, devido ao uso intensificado de agrotóxicos;
 do desenvolvimento de plantas e animais resistentes a uma larga variedade de antibióticos e agrotóxicos.

Esta ameaça assume, ainda, outra dimensão se tivermos presente que se trata de um processo irreversível, uma vez que, e ao contrário dos poluentes químicos, os OGM´s, por serem formas vivas, são capazes de sofrer mudanças, multiplicarem-se e disseminarem-se no meio ambiente, ou seja, uma vez aí introduzidos, não podem mais ser removidos, pois o seu controle foge ao domínio do Homem.

Um dos objectivos que preside à modificação genética, no caso do milho, por exemplo, é a utilização de bactérias com vista a matar insectos. Através desta técnica, a informação genética, responsável pela produção da proteína que vai provocar a morte dos insectos, está sempre presente e em todas as células vegetais. Portanto, a capacidade de matar os insectos, que se alimentam dessas plantas, é constante. O facto do estímulo estar sempre presente é próprio da natureza, desencadeando resistências muito rapidamente. Isto significa que, no futuro, poderão surgir formas de insectos diferentes dos que existem hoje, de espécies originariamente sensíveis à proteína, mas que depois lhe resistirão.

Todavia, o impacto negativo das culturas transgénicas não se verifica apenas nos distúrbios que provoca ao nível dos ecossistemas naturais mas, tem também impactos ao nível social.

Na verdade, o facto de se poder mostrar a nova planta inventada oferece a possibilidade de se ter uma reserva de mercado para as sementes, tornando o agricultor dependente do seu fornecimento. Como se isso não fosse o suficiente, a manipulação genética confere ainda às empresas proprietárias dessas sementes a possibilidade de as esterilizar (tecnologia Terminator), privando desta forma os agricultores de se apropriarem dessas sementes, “extorquindo” um direito histórico que se perde no tempo: serem “donos” das suas sementes.

Esta escravização dos agricultores às sementes vendidas com exclusividade pela empresa surge neste contexto como um factor de extrema importância. Uma vez controlada a alimentação, estaria o mundo controlado... por uma mão cheia de multinacionais.

Por outro lado, também não colhe a opinião daqueles que viam nos OGM’s a chave para acabar com a fome no mundo, uma vez que o problema da fome no mundo não reside na falta de alimentos, mas sim na forma como são distribuídos. Nos países pobres que acreditaram nessa tese, a fome continua a alastrar, países que vivem ainda mais dependentes economicamente.

Por fim, questionamo-nos:

Porque será que não se conhecem sementes (modificadas) com capacidade para crescer em solos pobres?
Que dispensem fertilizantes e pesticidas?
Que não necessitem de muita água?
Que não exijam grandes investimentos?

Como um dos elementos mais importantes da alimentação é a sua segurança, seria razoável que se aplicasse aqui o princípio da precaução, contudo a EU – União Europeia avança.

Esta é a prova de que o poder político continua subordinado ao poder económico, enfim das multinacionais.

Jorge Manuel Taylor
Dirigente Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”

sábado, 14 de agosto de 2010

UE autoriza importação de milho transgénico


São seis as novas variedades de milho híbrido que vão ser comercializadas na UE. Decisão tomada no dia 28, que deixou os ambientalistas e o Ministério do Ambiente indignados. Mas há também quem defenda que esta é a única alternativa, uma vez que na Europa não há milho suficiente.
Poderá ter sido uma questão de necessidade mas, no passado dia 28 de Julho, a União Europeia (UE) autorizou a importação de mais seis variedades de milho geneticamente modificado, destinados à alimentação animal e humana, sem que os Estados membros fossem ouvidos. As espécies híbridas vêm quase todas dos Estados Unidos: três variedades da empresa Pioneer, duas da Monsanto e uma dos suíços da Syngenta.
O milho convencional passa a vir misturado com o híbrido, uma vez que nos EUA não se faz a distinção entre os dois - há 55 variedades de organismos geneticamente modificados (OGM) autorizadas naquele país.
"Portugal tem defendido que devem ser as autoridades nacionais de cada Estado membro a decidir sobre o cultivo no seu território nacional de organismos geneticamente modificados. Devem ser avaliadas as opções que permitam garantir a transparência dos processos de tomada de decisão, restaurando a confiança dos cidadãos e, acima de tudo, a salvaguarda das especificidades de cada território", comentou ao DN o gabinete de imprensa do Ministério do Ambiente.
Mas há quem defenda que a UE não tinha outra opção senão aceitar a comercialização destes OGM. "A UE não tinha outro remédio. A alternativa era ficarmos sem matéria-prima, uma vez que na Europa não se produz milho suficiente para a alimentação", defende Pedro Fevereiro, do Centro de Investigação de Biotecnologia.
Mas para Gualter Baptista, do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA), esta afirmação é falsa e não justifica a atitude da UE. "Não é verdade que não haja milho e soja sem transgénicos em quantidade. Depende das épocas de cultivo e por isso, por vezes, há falta destes produtos", comentou o activista.
Para o ambientalista, há uma "dependência" do milho americano. "Esta é uma decisão que vai contra a vontade dos europeus. Há dois anos houve uma petição exigindo que os animais alimentados com produtos OGM fossem rotulados, para dar a oportunidade ao consumidor de decidir aquilo que quer comer", diz.
Uma opinião subscrita pelo Ministério do Ambiente, que defende que "a aceitação por parte das populações devem ser tidas em conta".

por BRUNO ABREU a 08 Agosto 2010
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1636493

sábado, 7 de agosto de 2010

Madeira "zona livre de cultivo de variedades de Organismos Geneticamente Modificados"

A Assembleia Legislativa aprovou terça, 27 de Julho de 2010, por unanimidade o decreto legislativo regional que “declara a Região Autónoma da Madeira zona livre de cultivo de variedades de Organismos Geneticamente Modificados (OGM)”.
“É proibida a introdução de material de propagação, vegetativo ou seminal, que contenha organismos geneticamente modificados no território da Região Autónoma da Madeira, assim como a sua utilização na agricultura”, estabelece o diploma.
“Constitui contra-ordenação punível com coima cujo montante é de 250,00 euros e máximo de 3.740,00 euros ou mínimo de 2.500,00 euros e máximo de 44.800,00 euros, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva”, fixa o decreto legislativo regional.
A Assembleia Legislativa aprovou hoje, em segunda deliberação, o diploma porque o primeiro, aprovado a 14 de Fevereiro, fora devolvido à Assembleia Legislativa para reapreciação pelo Representante da República.

Segundo o Representante da República, o diploma então aprovado contrariava a “primazia do Direito Comunitário sobre os Direitos Nacionais” designadamente a exigência da “comunicação prévia à Comissão Europeia de qualquer projeto legislativo respeitante a regras técnicas, desde logo, quando nele se pretendem introduzir regras de cariz inovatório”.
O deputado do PSD-M, Vicente Pestana, adiantou no plenário que a “situação de incumprimento da legalidade comunitária” tinha sido ultrapassada porque a 3 de Abril o Governo Regional notificou a Comissão Europeia das razões pelas quais tornava a Região uma zona livre de OGM e que Comissão, ao não se pronunciar até 4 de maio, acabou por deferir, tacitamente, o diploma.
“A extrema riqueza genética vegetal (não só em termos de espécies ornamentais e florestais, como, igualmente, em termos de variedades de espécies agronómicas) da Região, cujo valor científico e económico é incontornável, aconselha, tendo por base o princípio da precaução, a não introdução de material com OGM”, explica o diploma no seu preâmbulo.


domingo, 1 de agosto de 2010

Conferência Europa Livre de OGM, de 16 a 18 de Setembro em Bruxelas e Ghent (B)



Registem-se para a Conferência Europa Livre de OGM, de 16 a 18 de Setembro em Bruxelas e Ghent

Caros amigos de toda a Europa!

É com grande prazer que vos convidamos a registarem-se na 6ª Conferência Europeia das Regiões Livres de OGM que terá lugar em 16-18 de Setembro em Bruxelas e Ghent.

Este Outono trará decisões e discussões cruciais dentro da União Europeia sobre o uso de plantas geneticamente modificadas na agricultura. Novas aprovações e novas regras assim como decisões estratégicas sobre futuras aprovações de OGMs na agricultura estão presentemente a ser preparadas pela nova Comissão Europeia. O movimento livre de OGM tem-se continuamente expandido, aumentado e diversificado por toda a Europa e para lá desta. De forma a coordenarmos e prosserguirmos mais uma vez com o nosso bem-sucedido trabalho, apelamos a todas as organizações, iniciativas e instituições activas contra os OGM na alimentação e agricultura, para se juntarem a esta "Europa Livre de OGM 2010"

A 16 de Setembro iremos oferecer uma sessão no Parlamento Europeu onde apresentaremos as nossas exigências ao público e às instituições em Bruxelas (a sessão começa às 9:30). Durante os dois dias seguintes iremos retirar-nos para Ghent onde partilharemos experiências, ideias e estratégias, discutiremos os desafios que se nos colocam e prepararemos actividades conjuntas em redor dos OGM e assuntos relacionados. [Um grupo de trabalho sobre o movimento activista popular está a preparar workshops e um espaço de partilha especialmente direccionado a este grupo-alvo].

Para informações mais detalhadas e programa, ver: http://www.gmo-free-regions.org/gmo-free-conference-2010.html

Por favor registem-se o quanto antes pois o alojamento é limitado e por favor informem-nos das vossas sugestões e prioridades para que possamos incluí-las no planeamento do nosso programa.
http://www.gmo-free-regions.org/conference2010/registration.html.

Evento no Facebook:
http://www.facebook.com/event.php?eid=110713155622374&index=1

[O grupo de trabalho está a estudar a possibilidade de alojamento a preços baixos para grupos de activistas. Por favor informem-no se forem um grupo de acção e estejam interessados nesta possiblidade, enviando um email para ]

Esperamos vê-los na Bélgica e até lá enviamo-vos cumprimentos em nome de todos os organizadores da conferência! 
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