A publicação da Wikileaks de telegramas diplomáticos secretos do Departamento de Estado dos EUA classificados pode ser problemático, mas tem sido um tesouro de informações sobre o funcionamento do corpo diplomático americano. Para a maior parte dos casos, as revelações confirmaram coisas que já sabíamos sobre a política dos EUA - e que parece ser o caso da única menção de uma política agrícola nesses milhares de e-mails e documentos (sem dúvida, existem mais) para a qual fui alertado.
Enterrada no fundo de um documento que delineia as prioridades para a recolha de informações na região africana dos "Grandes Lagos" em países como o Burundi, República do Congo e Ruanda, encontramos uma lista do que o Departamento de Estado gostaria de saber em relação à política agrícola da região. Coisas como as políticas governamentais de segurança alimentar, juntamente com informações sobre o impacto dos crescentes preços dos alimentos nesses países. Estatísticas de produtividade agrícola, sobre a melhoria da infra-estrutura, dados sobre o desmatamento e a desertificação, as questões da água e as espécies invasoras são também incluídas como prioridades para a "reportagem".
Mas um dos temas que também faz parte da lista de prioridades do serviço secreto é o seguinte:
"O governo dos E.U.A. está comprometido a aceitar os alimentos geneticamente modificados e a propagação das plantas geneticamente modificadas"
Tom Philpott relatou sobre a conselheira de Estado para a Ciência, a apaixonada pela biotecnologia Nina Federoff e as suas ligaç
ões com a
indústria - e, certamente, o chefe do USDA, Tom Vilsack, acredita que os alimentos geneticamente modificados são uma resposta à fome no mundo. Então esta revelação dificilmente conta como uma surpresa. Mas ainda assim é uma pena ver que os nossos espiões estão activamente ocupados a esforçarem-se para tornar o mundo seguro para a Monsanto. Não ter
ão eles nada de melhor para fazer?
Por Tom Laskawy
Fonte: Grist
Tradução Zona Livre de OGM